Se o coronavírus foi capaz de parar o trânsito de pessoas entre países, ele parece não ter tido o mesmo poder para barrar as viagens extraplanetárias — ou pelo menos é o esforço que a NASA anda tentando fazer. O órgão americano continua firme e forte no plano de longo prazo para mandar humanos de volta à Lua. E o próximo passo é enviar cargas e suprimentos para uma estação espacial que será construída no satélite natural da Terra. Como? Com a ajuda de Elon Musk e da sua SpaceX. Em paralelo a isso, mesmo com uma programação apertada, a agência espacial dos EUA afirmou que vai manter o lançamento previsto para o fim de maio como parte do programa de tripulação comercial em parceria com a SpaceX e a Boeing — desta vez, levando astronautas a bordo de um foguete.
As-astronautas
A parceria com a empresa de foguetes de Musk é parte do programa Artemis, que pretende, até 2024, levar a primeira mulher astronauta para a superfície lunar. Para que esse plano não seja frustrado, a NASA se propôs a construir uma estação espacial chamada Gateway, na qual nossos amigos de capacete branco poderão trabalhar e treinar antes de explorar os confins do grande astro semelhante a um queijo. O papel da SpaceX nessa história toda é levar para a nova construção o material necessário para que o local funcione como deve. O contrato com o também dono da Tesla já foi fechado, e as aeronaves do milionário devem fazer múltiplas viagens à base, com previsão de ficarem ancoradas de 6 meses a 1 ano por lá.
Parceira de longa data
Não é de hoje que a SpaceX é parceira da NASA. Já faz quase 10 anos que as organizações colaboram em missões relacionadas à Estação Espacial Internacional. E será em toda essa expertise reunida que o recém-revelado Dragon XL se apoiará. O veículo em questão é uma nova aeronave cilíndrica projetada para transportar mais ou menos “5 toneladas métricas para a órbita lunar”, segundo a companhia de Musk. O dispositivo será lançado no topo do foguete Falcon Heavy, a variação muito mais poderosa da tradicional Falcon 9 da startup. Segundo informações da agência espacial, o projeto Artemis tem orçamento de até USD 7 bilhões com contratos de transporte de, no mínimo, duas missões de carga, e é muito provável que a SpaceX não seja a única empresa a realizar uma parceria com o órgão americano para tarefas do gênero.
Ao infinito e não tão além
Mesmo com o prognóstico positivo para o programa em diversas frentes, existem muitas dúvidas sobre o futuro do Artemis. Embora a covid-19 não tenha afetado seriamente a NASA, ela parou o desenvolvimento de alguns programas-chave do projeto. A construção da própria base também permanece um mistério, porque o prazo estabelecido para 2024 é pequeno para uma obra espacial do porte necessário para as ambições definidas. Por outro lado, existe a dúvida se esse tipo de projeto é realmente lucrativo para a SpaceX, uma vez que um dos principais pontos levados em consideração pela agência americana para a contratação do serviço é um preço baixo devido ao grande número de viagens necessárias. Por enquanto, a bucha maior fica nas mãos da NASA, já que a empresa de Musk continua operando em meio à pandemia por estar trabalhando com o Departamento de Defesa da Califórnia. Isso significa que a nova cápsula pode estar garantida, só resta esperar pelo Gateway.
Fonte: The Brief