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Doces Sonhos


Enquanto estávamos vivendo nosso último feriado antes do final deste 2019, o mercado das gringas acordou com a notícia de uma aquisição pra lá de inesperada: o PayPal, companhia que gerencia uma das carteiras digitais mais usadas no Ocidente, anunciou a compra da plataforma de descontos Honey pela quantia de USD 4 bilhões — quase tudo em cash. E as expectativas da aquisição são altas: no comunicado que o PP divulgou, o objetivo é utilizar a base da Mel para transformar a experiência de compra dos clientes e aumentar o engajamento com as lojas parceiras. E como a empresa fundada por Peter Thiel pretende fazer isso? A gente começa explicando logo abaixo, segue o fio.

Juntando jujubas

Fundada em 2012, a Honey é uma extensão que fica dentro de navegadores, tipo Chrome, Edge e Firefox. Seu recurso mais conhecido dá as caras quando, ao entrar em um site de e-commerce, o plugin mostra os cupons de desconto mais utilizados — a gente testou e funciona por aqui. A solução também conta com funções como alertas quando produtos ficam mais baratos, histórico de valores de itens hospedados na Amazon.com e um programa de fidelidade que dá dinheiros de acordo com o quanto já foi gasto em uma varejista on-line. Atualmente, a "empresa doce" tem 17 milhões de usuários ativos, parceria com mais de 30 mil empresas e quem utiliza seu plugin paga em média 18% a menos em um produto, gerando uma economia anual de USD 126.

Meio a meio

Passado o momento contexto, é hora de falar como essa aquisição ajuda nos negócios do PayPal. O benefício mais imediato são as novas funcionalidades que podem surgir com a união das duas plataformas. Como muitas das empresas que utilizam a carteira web também são parceiras da Honey, dá para apostar no surgimento de um sistema que permita ofertas mais personalizadas (e baratas) para quem utilizar o plugin e efetuar o pagamento dentro do mesmo ecossistema. Outro combo com potencial de lucro é a utilização do PayPal Credit (uma espécie de serviço de parcelamento) para bancar compras que demorariam mais tempo para serem realizadas se o pagamento fosse à vista.
 

Aumentando a barra (de chocolate)

Outra vantagem, essa bem mais estratégica, é a inserção do PayPal na jornada de compra. Com a entrada de concorrentes como Apple, Facebook e Google no setor de pagamentos, é só questão de tempo para que a empresa acabe perdendo mercado para essa turma. E não podemos deixar de mencionar concorrentes como Mastercard e Visa, que também estão atrás da mesma fatia monetária. Ao se colocar dentro do processo de pesquisa de preços e com um sistema que faz parte do hábito de consumo do seu público (leia-se yankees), a companhia dá um novo direcionamento aos negócios. Não acreditamos nesse papo de que a vingança é doce, mas dar aquela surpreendida na concorrência deve mesmo causar um upgrade no nível dos açúcares.

Guardando o melhor para depois?

Nesse ponto não dá para esquecer que boa parte dessa nova estratégia se conecta dentro de um sistema que precisa de um navegador para sobreviver, o que sempre apresenta o risco de o plugin ser anulado por alguma mudança das plataformas. Como se precaver nunca é demais, o PayPal também aposta em mercados como o das criptomoedas: mesmo após deixar o projeto Libra, comandado pelo Facebook, a empresa investiu USD 17 milhões na TRM, startup de controle de risco para as moedas digitais no setor financeiro, além de planejar (ainda em fase inicial) uma blockchain e cripto próprias. O futuro pode até ser incerto, mas o PayPal está mexendo os pauzinhos para que ele só não seja amargo.

The Brief

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