Paytm é o nome da empresa que começou começando a semana. A companhia nascida em Noida, na Índia, conseguiu USD 1 bilhão em uma rodada de investimentos envolvendo marcas como Vision Fund (do SoftBank), Discovery Capital e Ant Financials. Além dessa quantia singela, a marca estaria conversando com bancos e instituições financeiras para levantar mais outro bilhãozinho. E por que colocar toda essa grana embaixo do colchão monetário? A resposta é: para ter o cacife (e os dols) necessários e competir de igual para igual com as companhias que invadiram sua praia financeira nos últimos anos.
Dona do Pedaço
Fundada em 2010, a Paytm é uma das empresas locais que conquistaram seu lugar na Índia por oferecer uma carteira abrangente e eficaz de produtos. Presente em mais de 2 mil cidades do país e disponível em 11 idiomas falados por lá, dá para utilizar o app da companhia em tarefas como pagamento de contas, recarga de celular, compra de ingressos e pagamento em mercados, restaurantes e farmácias por meio de um QR Code. Com seus mais de 20 mil empregados e receita de anual de USD 120 milhões, a carteira digital está em uma posição privilegiada no mercado local. Que, segundo pesquisa do Credit Suisse, deve gerar mais de USD 1 trilhão nos próximos 4 anos.
Falta bolso para tanta carteira
Mas é claro que a concorrência não iria deixar todo o verão apenas para essa andorinha. Nos últimos 2 anos, Google, Amazon e Walmart (por meio do PhonePe, de propriedade da subsidiária Flipkart) ganharam uma presença significativa na Índia. E isso sem falar do WhatsApp, principal mensageiro utilizado no país (que, vale lembrar, tem 1,4 bilhão de pessoas), que ainda neste ano deve lançar uma solução de pagamento pensada para esse público.
Pane no sistema
Além da chegada de outras empresas, a companhia indiana passou a enfrentar desde 2016 outro grande rival: a Unified Payments Interface (UPI), plataforma bancária criada pelo governo com outras instituições bancárias. Como a Índia tem muitos serviços fragmentados, o sistema foi desenvolvido para que os bancos “se conversem” e os cidadãos consigam fazer pagamentos sem sofrência. O problema, para a Paytm, é que o serviço oferece uma solução bem mais simples do que a sua. Como surgiu antes, ela fica na vantagem por questão de hábito da população; mas marcas como a PhonePe, que utiliza a UPI, tomaram boa parte do mercado em que a empresa antes reinava absoluta.
Sou mais eu (com bilhões)
E como lidar com o combo concorrência e sistema mais otimizado que o seu? Isso mesmo, com dinheiros. Por isso os USD 2 bilhões levantados nesta semana. E eles já têm destino certo: serão utilizados para expandir o número de PMEs parceiras, construir a infraestrutura necessária para o lançamento de novos serviços (como empréstimos e seguros) e ampliação da carteira digital que a Paytm tem no Japão. Aliando sua reputação com investimentos pesados, a empresa quer se consolidar na cabeça do público como um serviço que une os benefícios de ser local e contar com recursos que não ficam devendo para as grandes globais. Vai dar certo? É a aposta que a Paytm está bancando.
The Brief