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Addicted to that hit


Pode perguntar para qualquer CEO por aí: “qual é o tipo de receita que faz brilhar os olhos dos investidores?”. Acertou quem falou que é a grana vinda de fontes previsíveis, como serviços de assinatura de softwares ou conteúdo, por exemplo. Por muito tempo, a Netflix reinou lindamente nesse universo, mas sua previsibilidade (paywall) se foi mais rápido que um episódio de Aggretsuko. Acontece que viver nessa levada de matar um leão por dia ou “criar um hit por mês” não está fazendo nada bem para a Big N.

Oh, Mr. Flix, it’s a Wild World

O último relatório fiscal da companhia de Los Gatos mostra uma queda no número de subscribers nos EUA pela primeira vez desde 2011. O que também ajudou a tombar as ações da rainha do streaming em 15%. E qual é o motivo para esses bagulhos sinistros acontecerem? A companhia diz que o catálogo pouco apetitoso de conteúdo freou seu crescimento no último trimestre. Quem diria, a falta de um ~blockbuster~ foi uma pedra daquelas no caminho da Netflix. Sim, Karma is a bitch.

To be with Stranger Things

A facilidade para cancelar uma assinatura — e a presença de dezenas de seriados hypados aí na praça — faz com que os negócios da marca sejam mais voláteis do que os investidores gostariam. O que apresenta um novo desafio de gestão financeira. Para começar, ao contrário de um estúdio — no qual o sucesso inesperado pode deixar muita gente rica e um fracasso pode quebrar a empresa — a produção para streaming é um pouco diferente. Apesar dos custos altos, o sucesso de crítica (e mesmo de views) de um Original nem sempre se reflete em um crescimento de receita da plataforma como um todo. Afinal de contas, o mínimo que você quer em troca de sua assinatura é que a próxima temporada de Stranger Things seja incrível, não é mesmo? 

Just Take my Wallet

Um dos problemas desse cenário é que a empresa precisa encontrar formas de valorizar seu catálogo e manter após as maratonas e o hype passarem. Além de refletir no valor dos papéis da empresa liderada por Reed Hastings, a hit-dependência (acabamos de inventar o termo) deve mudar a forma como o mercado define o valuation da Netflix. Atualmente, a companhia é avaliada em USD 143 bilhões. A conta que o mercado faz é que a Netflix passa a não ser um negócio tão bom em comparação com outros serviços baseados em assinaturas, como os softwares da Salesforce, por exemplo. Afinal de contas, o time de Marc Benioff não depende de plot twists surpreendentes, adaptações caríssimas, assuntos trendando no Twitter ou elenco cativante para continuar vendendo suas soluções. 

Price you Gotta Pay

Por outro lado, essas dores devem ser sentidas em breve por outras companhias, como Disney e Apple. A diferença é que a casa do Mickey — que pretende colocar o streaming no centro de seus negócios — já tem algumas das franquias mais amadas do planeta para atrair geral. Some a isso o fato de o CEO Robert Iger tem a sua disposição o canal de esportes ESPN e a outra plataforma de streaming Hulu para pacotes de conteúdo para lá de atraentes. Nada exclui a possibilidade da própria Netflix copiar o formato no futuro. A única certeza a essa altura do campeonato é que Hasting e sua turma, de uma forma ou de outra, devem seguir atrás do próximo hit.

The Brief


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