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Na base das Bitcoin


Na virada de 2016 para 2017, enquanto quase todo mundo comemorava a chegada do novo ano, programadores celebravam um marco: uma moeda digital chamada bitcoin atingia o valor de USD 1 mil. Mal sabiam eles, então, que isso seria potatoes comparado ao desempenho que o cripto asset teria pelos 12 meses seguintes. Porque, se houve algo que deixou o ano passado mais emocionante do que montanha-russa com looping e queda-d’água, foi a senhora bitcoin, que acaba de completar 10 anos. Em um verdadeiro frenesi, o mercado assistiu ao preço da moeda chegar aos USD 5 mil em setembro, depois bater os USD 10 mil em novembro. O market cap superou o de Disney, IBM, Mastercard, Boeing e McDonald’s. Todo mundo só falava em criptomoedas (blockchain também), mesmo com pouquíssima gente realmente sabendo sobre o que estava falando (sobre blockchain também). Entre esses poucos, havia a Coinbase.

O massacre da moeda elétrica

A plataforma de negociação de criptomoedas virou símbolo de uma mudança de conceitos sobre dinheiro e investimento. Impulsionada pelo FOMO do mercado, se tornou fonte oficial de alguns dos veículos mais respeitados do mundo e queridinha de Wall Street. Fundada em 2012 em São Francisco, a startup conseguiu o feito de estar no lugar certo, na hora certa. Então, chegou dezembro. E, rapaz, dezembro passou longe de ser um piece of cake. Para dar uma ideia, o mês do Natal recebeu o apelido de bitcoin bloodbath. No dia 17, a moeda atingiu seu pico histórico: USD 20 mil. Daí a coisa esculachou. As explicações para o crash são muitas. Vão desde preocupações com a regulação de criptomoedas no geral, com alguns países banindo sua negociação, até a teoria de que uma bolha digital estaria se formando. Hoje, seu preço está na casa dos USD 6 mil. Seria de se esperar, então, que a Coinbase teria ido junto no embalo, certo? Pois é. Só que não.

A melhor da base

Ontem, a startup levantou USD 300 milhões em uma rodada series E liderada por Tiger Global e com participação de Andreessen Horowitz e Y Combinator. Ganhou, assim, um valuation de USD 8 bilhões. Isso significa que, hoje, vale mais do que todas as cryptocurrencies do mercado, com exceção das big 3: ethereum, ripple e bitcoin. Só para dar contexto, a última avaliação recebida pela empresa, em agosto de 2017, foi de USD 1,6 bi. Ao que parece, 2018 está sendo um ano muito melhor, mesmo com a perda do hype do mundo cripto. Desde janeiro, a base de usuários da plataforma cresce mais que bolo com fermento demais. Segundo dados levantados pelo investidor britânico Alistair Milne, nos últimos 6 meses, 5 milhões de pessoas começaram a usar os serviços da Coinbase. No total, hoje, são 25 milhões. No começo de outubro, a média de novas assinaturas por dia chegava a 25 mil. Por. Dia. Fora isso, foi eleita pelo LinkedIn a #3 startup mais admirada dos EUA. Ah, e também abriu um escritório na Union Square, em Nova York. “That’s nuts”, diria o poeta.

In Coinbase we trust?

Acontece que, apesar de ter perdido o hype, o criptomundo ainda é a “next big idea” para uma porção de investidores. Só que, neste momento, eles acham que compensa mais investir em uma empresa que lida com moedas digitais do que nas próprias. E se essa aposta tem alguma garota-propaganda, é a Coinbase. É que a startup investiu pesado em um plano-mestre para atender aos investidores institucionais. Neste ano, lançou um conjunto de serviços para quem aplica profissionalmente. Um deles, o Coinbase Custody, é uma plataforma que armazena grandes quantidades de criptomoedas com segurança. Na semana passada, o Custody recebeu aprovação regulatória do Departamento de Serviços Financeiros de Nova York. Lembra quando as pessoas tiveram moedas digitais roubadas? Então. Daí, neste Q3, a startup resolveu ir por uma beirada diferente. Focou nos novatos e lançou três ofertas — Coinbase Bundle, Coinbase Asset Pages e Coinbase Learn — que funcionam basicamente como um tatibitati para entrar no espaço crypto. No mês passado, a Coinbase também fez uma parceria com a amiga crypto-unicórnio Cicle para desenvolver uma criptomoeda apoiada pelo dólar, conhecida como "stable coin".

Os dois lados da moeda

Todo esse investimento é baseado em uma previsão de Brian Armstrong, CEO e founder da CB: em um futuro próximo, toda empresa, projeto de código aberto, instituição de caridade e fundo de investimento vai ter o seu próprio token. Motivo pelo qual ele adquiriu a corretora de valores mobiliários Keystone Capital Corp. Até lá, só é preciso ir educando o pessoal e reduzindo a barreira das regulações — coisas que ele e sua startup têm feito. Em 5 anos, diz Armstrong, 1 bilhão de pessoas estarão no ecossistema cripto. A moeda digital, ou melhor, a sorte está lançada.

Fonte: The Brief

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