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Levante-se contra o sistema


A quinta foi um dia para lá de agitado para os lados do Vale do Silício. Se você fosse um funcionário do Google, há uma chance bem grande de você tenha passado a tarde protestando nas ruas de Mountain View. Mas a onda de protestos para os lados das big tech não ficou restrito aos crachás estilosos dos googlers. A turma que trabalha nos lados da Bay Area é conhecida por se manifestar sobre pontos delicados, como a política de imigração criada no governo Trump e o debate sobre medidas para melhorar as condições dos moradores em situação de rua. Apesar do mercado já conhecer a disposição dos funcionários dessas empresas em se posicionar sobre temas políticos e culturais, os acontecimentos de ontem mostram que essa turma leva à sério as bandeiras que levanta.
 

Take a Walk

O principal exemplo, que não dava para não citar nesta ilustre news, foi a paralisação feita ontem por funcionários da Google após as denúncias de assédio sexual apresentadas em uma reportagem do NY Times. Os funcionários que trabalham na sede da empresa, na Califórnia, compareceram em peso ao local destinado para o protesto. E há registros de que o exemplo foi seguido por googlers de escritórios espalhados pelo mundo, como LondresDublin Singapura. O motivo da manifestação? Cobrar das lideranças uma posição mais assertiva nos casos de abusos cometidos por funcionários localizados no topo da hierarquia.
 

Problemas tamanho G

história está no topo das manchetes desde que foi divulgada na semana passada: aparentemente, a Big G atuou de forma muito branda com executivos de alto escalão acusados de assédio. O exemplo mais comentado é o de Andy Rubin, responsável direto pelo desenvolvimento do sistema operacional Android. Ele saiu da empresa, aparentemente, em bons termos com a chefia, levando USD 90 milhões no bolso e sem nenhuma menção ao fato que o tirou de lá: uma conduta inapropriada em relação a uma funcionária, que denunciou o caso.

Outro profissional também mencionado foi Rich DeVaul, diretor da divisão X, acusado de assediar uma profissional que estava se candidatando a uma vaga de emprego. DeVaul pediu demissão na última terça. A paralisação reivindicava a criação de ferramentas e medidas que ajudem as vítimas de assédio sexual a expor a situação de forma anônima e segura. A primeira resposta da companhia de Mountain View foi alterar sua política de conduta para exigir que os vice-presidentes e vice-presidentes seniores reportem qualquer forma de relacionamento com um funcionário.
 

Protest Thursday

Apesar do barulho, essa não foi a única manifestação de colaboradores das big tech na quinta. Outro tema que parou escritórios no Vale é um relatório que estaria sendo preparado pela administração do POTUS para demarcar o gênero de uma pessoa com base em sua genitália, não levando em consideração todo o histórico da população transgênero que vive no país. Se aprovada, essa definição tiraria direitos, como acesso ao plano de saúde e direito ao nome social de, pelo menos, 1,4 milhãode americanos que se identificam com um gênero diferente do seu biotipo. E as companhias que vão de encontro essa medida também escolheram o dia de ontem para marcar sua oposição.
 

Tech takes the spotlight

Mais de cinquenta empresas assinaram uma carta aberta em que se declaram "contra qualquer esforço administrativo ou legislativo que retire as proteções [do público] transgênero pela reinterpretação de leis ou regulamentos que já existam". Em resumo, o documento declara que as empresas apoiam seus funcionários que se reconhecem como transgêneros e que elas solicitam do governo mais respeito e transparência nas políticas direcionadas para essa população. Mesmo com o movimento contando com o apoio de gigantes de outro setores, como Coca Cola e JP Morgan Chase e Sodexo, a participação das empresas de tecnologia é a que fica mais em evidência, com comentários de executivos de organizações como Cisco e IBM sendo publicados nas reportagens sobre o tema.
 

O gigante acordou?

A administração Trump ainda não se manifestou sobre o caso; então é aguardar para ver. O que fica claro nessa história é que as tech companies estão mostrando para um mundo uma forma de ativismo político que não se via antes. As passeatas e protestos revelam que líderes corporativos e políticos não devem ter um tempo tranquilo pelos lados do Vale. Resta saber se a moda pega de vez.
Fonte: The Brief

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