Já faz um bom tempo que as fake news deixaram de ser aquelas correntes inofensivas enviadas pela parentada para se transformarem em assunto sério, já que esse tipo de tática tem o potencial de causar B.Os de respeito. Dentre os formatos mais comuns de anúncios falsianes estão sites e perfis de redes sociais que, utilizando nomes parecidos com veículos famosos, se jogam no clickbait e acabam fazendo com que os usuários compartilhem várias notícias descabidas sem perceber que, como já diz o meme, foram tapeados. Assim como tudo na vida, a galera dedicada a espalhar desinformação está buscando novas alternativas para alcançar o maior número possível de pessoas. E para isso vale até invasão de domínios — no caso, os digitais.
Faking news
A mais nova tática da bandidagem web está em acessar sites verdadeiros de notícias, publicar uma nota na surdina e depois bombar o link nas redes sociais, para que o post alcance o maior número possível de pessoas antes que o veículo descubra e derrube o conteúdo. Essa prática, como explicou a Wired, está ocorrendo com uma certa frequência em alguns países do leste europeu, em especial a Lituânia e a Polônia. E por que esses dois países em específico? É que como eles estão fisicamente muito próximos da Rússia, mas mantêm relações mais ~cordiais~ com os Estados Unidos, existe uma campanha forte direcionada para que a opinião da população seja mais favorável ao vizinho de fronteira.
Fantasmas do F5
Quem explicou à Wired como esses ataques funcionam foi a firma de segurança FireEye, que acabou de divulgar um relatório exatamente sobre esses ataques realizados nos países. De acordo com a firma, todas as invasões foram realizadas por um mesmo grupo, chamado Ghostwriter (ou Escritor-fantasma, no nosso belo idioma). Como já falamos, essa galerinha é #teamRussia e, além de utilizar perfis fake e sites meio duvidosos para espalhar a discórdia na www, em algumas ocasiões chegaram a hackear o sistema de gerenciamento de notícias de sites conhecidos para publicar uma notícia e espalhá-la o máximo possível até que ela fosse derrubada.
Descompromisso com a verdade
Como a ideia é fazer com que os moradores desses países sejam contra a presença dos americanos, que estão especialmente na Polônia como forma de “proteger” o lugar contra uma possível invasão da Rússia — medo que existe desde que o país dos ursos anexou a região da Crimeia — , as não-notícias tentam tirar a credibilidade dos soldados. Nos casos em que conteúdos falsos foram postados em jornais, as notícias chegaram a mencionar soldados atropelando uma criança, vandalizando um cemitério e infectando pessoas com a covid-19. Os veículos descobriram o truque, derrubaram o conteúdo e avisaram da farsa. Mas não precisa ser nenhum especialista para saber que muita gente deve ter acreditado na história e não viu o outro post explicando a verdade.
Desconfiômetro always on
A FireEye não pode provar, mas tem convicção de que esse grupo trabalha a mando de algum órgão russo. O manda-chuva suspeito tem nome: o Departamento Central de Inteligência da Rússia, que já teria se envolvido na divulgação de fake news em casos anteriores. Além de buscar mais provas para encontrar os culpados, a organização teme que essa prática passe a ser adotada em outras regiões do mundo, o que poderia causar uma pá de problemas, dependendo da notícia. Enquanto a gente não descobre como parar esse trem desgovernado chamado desinformação, a única atitude que podemos tomar é: fiquem espertos. Melhor ser o último a comentar do que o primeiro a passar notícia falsa e depois correr atrás do prejuízo.
Fonte: The Brief