O ano é 2020, e cada vez mais a jogatina na nuvem torna-se uma realidade. Embora muita coisa ainda precisa avançar para que os gamers tenham em mãos uma tecnologia do gênero que seja realmente inovadora, já existem exemplos dessa novidade ao alcance dos gamers. Grandes sucessos de público como Fortnite podem ser considerados como exemplos de jogos da primeira geração dos títulos de nuvem, e muito mais deve vir por aí nos próximos anos.
Nem de mais, nem de menos
Em primeiro lugar, é importante esclarecer que a utopia de jogar games complexos e digitais de maneira rápida e fluída como ocorre com jogos físicos ainda deve demorar um pouco para se concretizar, mas também não muito. Historicamente falando, títulos como Final Fantasy VII e Grand Turismo, exemplos pioneiros de jogos 3D, forma lançados apenas três anos após a introdução do Playstation, considerado um grande divisor de águas no mundo dos consoles. A jogatina na nuvem segue por este mesmo caminho, mas a grande novidade é que a evolução deste tipo de plataforma pode ser o início de uma série de oportunidades para transformações em setores.
De semi para totalmente online
Um primeiro bom exemplo são os populares MMOs que, por mais que já estejam nas graças do público há um bom tempo, persistem com alguns problemas: um deles são os sistemas atuais de encontro de parceiros que podem ser bem desagradáveis, assim como restrições de servidores. O fato de jogar menos do que seus amigos, por exemplo, também pode fazer com que você adentre uma jogatina em um nível, ranking ou até localidade diferente. Com a transição dos MMOs tradicionais para os CMMOs, ou seja, versões nativas da nuvem destes jogos, a maioria destas questões é resolvida. Desde o início, a jogatina é inerentemente cross-platform, com a capacidade do título ser acessado de qualquer plataforma. O processo de onboarding também sofre alteração, com a inserção de deep links que podem ser bem mais personalizados do que os existentes hoje, abrindo possibilidades de inserir um jogador direto em certo local do mapa em meio aos amigos, por exemplo, além de criar diferentes experiências relacionadas à facções, guildas e modos de jogo. Para usuários mais tímidos, também seria possível assistir as partidas de amigos em um stream e entrar no meio da ação em qualquer momento desejado. Só com essas poucas modificações, o panorama já mudaria bastante.
Anúncios totalmente digitais?
O mercado de anúncios também deve sofrer um grande impacto com games baseados na nuvem. Enquanto títulos AAA utilizam meios tradicionais de propaganda, como outdoors e anúncios de jornais, games online devem cada vez mais fazer valer da conectividade instantânea para aumentar as vendas. Segundo pesquisas, 85% dos millenials americanos compraram um produto depois de assistir um vídeo. Anúncios em vídeo seguindos de demos gratuítas devem se tornar cada vez mais comuns, levando em consideração a crescente taxa de conversão por este meio. A comercialização de continuidade também deve ganhar mais destaque, com games permitindo jogatinas livres até certo ponto, com pagamentos necessários para continuar jogando. Já existem negócios que giram em torno deste tipo de iniciativo, como a plataforma chinesa Bixin, que já possui 20 milhões de usuários.
Mina de dados de ouro
Com plataformas em que tanto o game quanto os jogadores ficam no mesmo servidor, diversos dados são gerados, com a possibilidade de captar quase completamente todos os aspectos da jornada do jogador. Isto por si só pode gerar conhecimento muito valioso para as produtoras e empresas que poderão criar níveis, modos de jogo e todo tipo de elementos que poderão manter os jogadores fidelizados por mais tempo e implementar mudanças e novidades que realmente tenham fit com as necessidades e desejos dos jogadores, com possibilidade de personalizações muito mais certeiras e diferenciadas para cada tipo de região, faixa etária, preferências de gênero, entre outros. E, em breve, tudo isso deixará de ser apenas um sonho e mais próximo do que você imagina.
