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Não existe WhatsApp grátis


Faz um tempo já, mas lembramos como se tivesse sido anteontem: a vida corria bem quando, lá em 2014, ficamos sabendo que o WhatsApp foi comprado pelo Facebook por — na época — inacreditáveis USD 22 bilhões. Um pouco por ser a primeira grande compra do “zóvem” Zuckerberg e um pouco pela importância das duas redes sociais, geral ficou pensando no grande produto que essa parceria desenvolveria e nos zilhões de doletas que iriam para o bolso de Mark & Cia. Acontece que o tempo passou e, apesar de o ~zap~ reunir mais de 1,5 bilhão de usuários (e sabe-se lá quantos bilhões de grupos), a sensação que se tem é de que ele ainda não encontrou seu caminho. Caminho monetário, claro.

Publicidade? Imagina!

Fica mais fácil entender o porquê de o telefone verdinho ainda patinar na missão de dar dinheiros quando a gente lembra que, nos últimos anos, o próprio Face precisou travar uma batalha interna para ter mais liberdade com o produto. Quando foi criado por Brian Acton e Jan Koum, lá em 2009, o modelo de negócio do app era baseado em uma cobrança anual de USD 0,99. Pausa neste texto para que os jovens sintam o baque de que, sim, o WhatsApp já foi cobrado. Retomaram o fôlego? Então bora: essa precificação foi baseada no fato de que a dupla de fundadores não queria, de forma alguma, depender de anúncios que poderiam coletar dados dos usuários. E foi aí o início da treta.

Saindo sem verdinhas

Durante os primeiros anos dentro da casinha azul do Facebook, Acton e Koum viveram de boas com a liderança da rede social enquanto lideravam os projetos do WhatsApp. Mas, a partir de 2017, a diretoria do grupo começou a pressionar a dupla para a criação de ferramentas de publicidade — coisa que a dupla havia anunciado lá atrás ser contra. A discussão foi tão forte que, dentro de um espaço de 1 ano, os dois deixaram quase USD 2 bilhões para trás, referentes ao dinheiro que receberiam se não tivessem quebrado o contrato. E como não é todo dia que se abandona essa módica quantia, a gente imagina o quão pacífica deve ter sido essa conversa. Mas o importante é: sem os fundadores, a companhia teria o caminho livre para desenvolver a tão sonhada plataforma de anúncios.

Voltando às raízes

E foi o que a empresa fez nos últimos anos: escalou uma equipe só para desenvolver o formato dos novos anúncios, que estariam dentro da tela principal do app. Em maio do ano passado, os primeiros testes isolados com o novo layout. E daí que a vida corporativa nos surpreendeu, e a própria diretoria do app decidiu derrubar a publicidade mais agressiva, deixando os futuros anúncios disponíveis apenas na área de Status, igual ao que ocorre no Instagram. Essa decisão foi tomada (paywall) por dois motivos: 1) enquanto Acton e Koum ainda estavam no comando, incluíram de forma explícita nos Termos de Uso a proibição de anúncios na tela inicial; e mudar isso daria mais trabalho do que o Facebook quer se dar atualmente. E 2) a empresa quer experimentar outro filão de uso: as PMEs.

Sinal verde?

Boa parte de vocês, jovens leitores, já deve ter visto algum negócio utilizando o WhatsApp para dar “aquela agilizada” na comunicação. Foi para isso que a companhia criou o WhatsApp Business e vem incluindo melhorias, como a opção de catálogo. E esse serviço pode ser mais rentável para o FB? Provavelmente, não. Porém, a chance de a empresa se envolver com problemas de privacidade também fica menor. Parece que, nos últimos anos, a companhia de Palo Alto tentou enveredar o WhatsApp pelo mesmo caminho do Insta, só que o perfil do produto “não ornou” com a proposta, então está sendo buscado um novo caminho. E quem somos nós para julgar uma plataforma que está tentando acertar na vida, não é mesmo?
Fonte: The Brief

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