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Podcast no Spotify


Com 200 milhões de usuários e uma vida estável na Bolsa, o Spotify chegou àquele momento da existência em que ganhar o pão de cada dia já é uma certeza — o objetivo agora é garantir renda para encorpar o carbo com uma geleia ou uma manteiga mais top. Analogias de café da manhã à parte, os dias em que cada nova assinatura era questão de vida ou morte ficaram para trás da realidade da plataforma de streaming. No momento, o objetivo é buscar outras fontes de renda que ajudem a bombar financeiramente o negócio. E parece que já escolheu a primeira área paralela em que irá focar: sua vertical de podcasts.

Grava que eu te escuto

A empresa sueca tem seus motivos para apostar nesse formato, um dos que mais fideliza seus usuários. Incluindo aqui, em terra brasilis. De acordo com a PodPesquisa, feita pela Associação Brasileira de Podcaster (ABPOD), quase 60% dos respondentes ouvem de 2 a 4 horas de podcast por dia. E pense em um público que bate cartão: das 22 mil respostas obtidas para o levantamento, mais de 90% dos participantes afirmaram que o hábito faz parte da sua vida há mais de 1 ano. Se formos pensar na combinação “audiência constante + interesse”, esse é um mercado cheio de potencial para quem tiver condições de explorá-lo. E o Spotify, que não é bobo nem nada, já tem um tempo que começou a agir.

De orelha em pé

O primeiro passo dado pela empresa de Daniel Ek para explorar esse mundo auditivo, na verdade, foi um combo: investir em produções originais e trazer para dentro de casa nomes já consolidados na podosfera. Das produções vindas do Spotify Studios, existem programas como o Brilliant Minds, que entrevista pessoas do calibre de Forrest Whitaker, ou o Showstopper, que analisa as trilhas sonoras de filmes e séries. Já dos contratos externos, o foco está nos de exclusividade: o mais recente foi com o músico e compositor Joe Budden, dono de um podcast semanal que, quando estava hospedado no Soundcloud, batia fácil a marca dos 100 mil ouvintes.

Sons para todos os gostos

Além de investir em nomes estrelados para o seu portfólio, a companhia de Estocolmo lançou em outubro o Spotify for Podcasters, ferramenta que facilita a vida de quem deseja deixar seu projeto disponível no serviço de streaming. Com uma setlist de primeira linha garantida e a adesão de dezenas de milhares de novos títulos à sua base de dados, o toque final consiste em ajustar sua ferramenta de recomendação, para oferecer sugestões certeiras aos usuários.

Escutei dim dim?

Quando todo esse processo estiver zero bala, a plataforma vai conseguir colocar em prática um objetivo há muito acalentado. Se você pensou em publicidade, está em sintonia. Esse não é um objetivo em curto prazo, porque o Spotify ainda precisa desenvolver (ou comprar) uma ferramenta capaz de oferecer anúncios nessa escala de personalização. Mas ele já está empenhado na tarefa mais complicada, que é fomentar um ecossistema dentro do seu serviço para, quando estiver tudo pronto, já ter uma audiência capaz de atrair a atenção dos futuros anunciantes e aumentar os seus lucros com o serviço. Ou seja, música para os ouvidos dos investidores.

Fonte: The Brief

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