Dromineer. Esse nome, que poderia ser o de um vilão da franquia Transformers, na verdade batiza a vila irlandesa em que Patrick e John Collison foram criados. Prodígios na computação desde a adolescência, os irmãos foram convidados para passar uma temporada estudando nos EUA, em 2005. Como parece ser de praxe se você é inteligente e sabe dos paranauês dos códigos, a dupla aproveitou a oportunidade para fundar uma startup. E foi durante esse processo que eles se depararam com o terror que era receber pagamentos dos clientes por meio de um site. E, munidos com esse insight, os Collison Brothers fundaram a Stripe. A startup, que já foi tão desconhecida como Dromineer, possui atualmente um valuation de USD 20 bilhões e está ganhando os holofotes por ter se tornado um parceiro de respeito para empresas de qualquer porte que desejam vender seus produtos por esse mundão afora.
Mexer com dinheiro é complicado
Por vários anos, quem criava um e-commerce precisava recorrer a um banco para o processamento de pagamentos e, então, encontrar uma forma de conectar a grana com a instituição financeira. O rolê, além de levar um bom tempo, também exigia o pagamento de uma série de taxas para as instituições financeiras, cartões de crédito e outros intermediários. O trabalho poderia ficar menos difícil com o PayPal, mas o serviço também dava dores de cabeça. Por exemplo, o PP poderia impor automaticamente um sistema de reserva que congelaria parte do valor que você tem a receber pela plataforma.
Então, imagine que você é um e-commerce de tiaras e acabou de vender uma leva de 20 delas para o mesmo cliente. Você poderia demorar até dois meses para ver essa grana. Agora, pense nisso multiplicado pelas várias operações que um varejo online realiza por dia. Resultado: menos previsão do fluxo de caixa, drama e algumas noites sem dormir para o empreendedor de tiaras. Ou seja, a escolha, antes da Stripe, era entre esse sistema do PayPal ou as regras draconianas dos bancos. Foi essa ineficiência que os meninos gênios dos confins da Irlanda sacaram.
Então, imagine que você é um e-commerce de tiaras e acabou de vender uma leva de 20 delas para o mesmo cliente. Você poderia demorar até dois meses para ver essa grana. Agora, pense nisso multiplicado pelas várias operações que um varejo online realiza por dia. Resultado: menos previsão do fluxo de caixa, drama e algumas noites sem dormir para o empreendedor de tiaras. Ou seja, a escolha, antes da Stripe, era entre esse sistema do PayPal ou as regras draconianas dos bancos. Foi essa ineficiência que os meninos gênios dos confins da Irlanda sacaram.
Nasce uma estrela
Em 2010, a startup foi lançada em San Francisco, com ajuda de capital semente da Y Combinator. A promessa era simples: um programador poderia incluir algumas linhas de código e conectar sua rede social, e-commerce ou ferramenta a um serviço de pagamentos. Tipo, só na base do ctrl+C e ctrl+V mesmo. A confiança era tanta na ideia que os caras até mesmo peitaram Peter Thiel e Elon Musk, AKA os fundadores do PayPal. Disseram a eles que tinham uma solução melhor para processar transações financeiras na internet e que, para isso, precisavam do dinheiro deles. O pitch foi bem direto: “queremos realizar a visão original do PayPal, que vocês não conseguiram fazer acontecer”. No fim das contas, saíram do encontro com Thiel liderando uma series A de USD 2 milhões, ao lado de Sequoia Capital e Andreessen Horowitz.
Bancando boletos
A grande sacada dos irmãos Collison foi permitir a conexão entre compradores e vendedores com o mínimo de fricção. Assim, conseguiram acordos para processar pagamentos de empresas que nasciam naquela mesma época, como Shopify e Lyft. Daí até ter em sua lista de contratos nomes como Facebook, The Guardian, Salesforce e Indiegogo foi um pulo. A companhia não revela o volume de pagamentos, mas afirma processar bilhões de libras por ano para milhares de empreendimentos. Um dado que dá uma dimensão da relevância que a startup possui é esse daqui: 80% dos usuários de internet dos EUA compraram algo powered by Stripe no último ano.
De Dromineer para o mundo
O próximo passo dos meninos de ouro da Irlanda é expandir ainda mais seu sistema de pagamentos. Há dois anos, eles lançaram uma solução chamada Stripe Atlas, que permite que empresas em diferentes cantos do globo recebam e processem seus pagamentos e transações, fugindo de taxas e restrições impostas por governos locais. Claro que nada disso é qualquer tipo de caridade. A Stripe está antecipando um movimento mundial ao expandir suas atividades para os mercados emergentes, que ainda não possuem soluções dominantes. Afinal, quem é que daria bola para uma startup de pães tradicionais do Egito ou coisa do tipo?
Em julho, a fintech anunciou a entrada no ramo de cartões de crédito, ajudando clientes a emitirem cartões com bandeiras Visa e Mastercard. A missão dos Collinson? Corrigir uma das falhas da internet. “De fato, o que surgiu foi um modelo de negócio predominante que é o de anúncios. O que nos leva a uma grande centralização. O que tentamos fazer com a Stripe é facilitar a criação de novos negócios e que empresas novas sejam bem-sucedidas. Movimentar valores e pagamentos diretos de forma eficiente na internet é uma parte importante disso”, comenta John.
Em julho, a fintech anunciou a entrada no ramo de cartões de crédito, ajudando clientes a emitirem cartões com bandeiras Visa e Mastercard. A missão dos Collinson? Corrigir uma das falhas da internet. “De fato, o que surgiu foi um modelo de negócio predominante que é o de anúncios. O que nos leva a uma grande centralização. O que tentamos fazer com a Stripe é facilitar a criação de novos negócios e que empresas novas sejam bem-sucedidas. Movimentar valores e pagamentos diretos de forma eficiente na internet é uma parte importante disso”, comenta John.
The Brief