Antes de você se sentar no sofá, neste lindo feriado, e assistir seja lá qual for a série a que você anda assistindo, saiba: a guerra de streaming acaba de ficar mais quente. A AT&T já começou a arranjar suas tropas e mostrar a estratégia (do grego, strateegia) com a qual pretende combater o império da Netflix. Na quarta, o chefe da Warner Media, John Stankey, avisou que a empresa irá lançar um produto “atraente e competitivo” para ajudar a expandir o alcance da coleção de filmes, séries, documentários e tudo o mais que conta com um selo da Warner. Não precisa ser um gênio para sacar que é um serviço de streaming.
Aqui tem série
Em outras palavras, caros leitores, isso significa que, talvez, estejamos assistindo ao nascimento de um rival à altura da criadora de Stranger Things. Falamos isso nem tanto em virtude da tecnologia com a qual a Warner pretende atacar — ainda mais porque ninguém sabe exatamente o que a parada vai ter de diferente, apesar de Stankey ter garantido que não pretende construir uma cópia.
O ponto aqui é que a empresa conta com aquilo que não só a Netflix, mas também outras gigantes tech, ainda se esforçam para conseguir dominar: o mundo do conteúdo. A Time Warner é dona de um portfólio de marcas de cair o queixo: HBO, CNN, Cartoon Network e uma porção de franquias de filme valiosas. Se desejar, vai poder exibir com exclusividade em seu serviço títulos como: Harry Potter, Mulher-Maravilha, Game of Thrones e Friends. Vamos repetir: Friends.
E compramos ainda mais
Para quem não anda com a memória boa, a AT&T comprou a Time Warner em junho deste ano, por USD 85,4 bilhões. Na época, a operadora de telefonia já tinha dado pistas de que o objetivo dessa movimentação era entrar no mercado de streaming. Afinal, com as bilheterias em queda e a televisão a cabo sobrevivendo à base da galera que adora Irmãos à Obra, a solução é ir para o WWW ou ver a casa ser destruída pouco a pouco.
Não tão juvenas assim
No mundo do streaming, a Warner já tem certa experiência. Primeiro, porque licencia diversos programas e filmes para outros serviços; Friends, por exemplo, figura no catálogo da Netflix. Acontece que esse acordo com a empresa de Reed Hastings, assim como outros, acaba logo menos. Segundo Stankey, um quarto dos contratos de licenciamento da WarnerMedia é renovado a cada ano. E, bem, se tornar a única plataforma a exibir Chandler Bing e Joey Tribianni seria uma manobra digna de entrar nas aulas de Unagi.
Outra, que a WarnerMedia é dona do HBO Now. Apesar de a plataforma não ser, assim, tão bacana de usar, conta mais de 5 milhões de subscribers. Lembrando ainda que, no mês passado, a companhia começou a vender um serviço de assinatura de filmes e séries baseados em personagens da DC Comics. Ah, a gente esqueceu de dizer: eles também são donos da DC Comics.
Eu se garanto
De volta ao streaming que pretende bater a Netflix. Stankey disse que ele será como uma “coleção de boutiques” e terá a HBO como estrela principal. O sujeito não citou quanto a assinatura custaria, mas avisou que será mais cara que a do Now, que é de USD 15 por mês. Só para deixar claro: a parada aqui vai ser premium. E esse fator pode ser um diferencial para a Warner peitar outra concorrente. Ao menos é isso que o executivo imagina. Prestes a lançar seu próprio serviço de transmissão online, a Disney, como a W, conta com um catálogo bonitão. “Mas a Disney não tem um serviço premium como a HBO”, disse. Aproveitou ainda para mandar um “This is Sparta”, lembrando que a Warner é também AT&T. Meaning: é dona um canal de relacionamento direto com dezenas de milhões de consumidores.
Fonte: The Brief